29/06/2011 10h59 - Atualizado em 29/06/2011 12h39
'Eu errei quando chamei eles de vândalos', diz Cabral sobre bombeiros
Governador do RJ deu entrevista à rádio CBN na manhã desta quarta (29).
Deputados da Alerj aprovaram anistia a agentes na noite de terça.
Do G1 RJ
Bombeiros acompanharam votação na Alerj
(Foto: Tássia Thum/G1)
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, afirmou, em entrevista à rádio CBN, na manhã desta quarta-feira (29) que é a favor da anistia aos bombeiros presos após a invasão ao quartel central do Corpo de Bombeiros, no dia 3 de junho. "Eu errei quando chamei eles de vândalos. Eles erraram, se comportaram mal (na invasão do quartel), mas é uma instituição muito querida da população. Estou fazendo minha mea-culpa. A anistia vai ao encontro desse desarmamento de espírito", disse o governador.
Os deputados da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) aprovaram, na noite de terça-feira (28), o projeto de lei 644/2011, que concede anistia administrativa aos mais de 400 bombeiros e a dois PMs presos. Isso significa que eles não poderão ser punidos pela corporação.
O projeto de lei foi aprovado por unanimidade pelos 60 deputados presentes e seguirá para sanção do governador Sérgio Cabral, que já prometeu sancioná-lo, segundo o presidente da Alerj, deputado Paulo Melo (PMDB).
Projeto de anistia
Em nota oficial divulgada na noite desta terça-feira, a Alerj informou que o projeto de lei 644/2011 é de autoria de 50 deputados. Os 12 deputados estaduais da base apelidada de "pró-bombeiros" não foram incluídos na autoria do projeto, o que causou insatisfação ao grupo. Antes da votação, os deputados da base governista trocaram farpas com os representantes da oposição.
Protesto em Brasília
Cerca de 400 bombeiros do Rio de Janeiro fazem manifestação nesta quarta-feira (29), na capital federal, reivindicando anistia criminal pela invasão do quartel. Eles também pedem aprovação da Proposta de Emenda à Constituição 300, que cria um piso salarial nacional para os bombeiros e policiais militares de todo o país.
O protesto começou na Câmara Legislativa do DF, onde uma sessão solene homenageava o Corpo de Bombeiros do DF, que completa 155 anos no próximo sábado (2). Parte dos manifestantes entrou no auditório e realizou grito de protesto contra o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. Em seguida, o grupo foi de ônibus rumo ao centro da cidade, de onde parte em caminhada para o Congresso Nacional. No Congresso, o objetivo é um encontro com deputados no auditório Nereu Ramos.
Governador falou sobre acidente
Na mesma entrevista, o governador fez comentários sobre o acidente de helicóptero que vitimou a namorada de seu filho Marco Antônio Cabral, na Bahia, e outras seis pessoas. Cabral rebateu críticas de que estava com um empresário que tem contratos importantes com o governo do estado do Rio e de ter usado um avião de outro empresário para ir até o Nordeste. “Eu sempre procurei separar vida privada e vida pública. Jamais tomei decisão na vida pública misturando vida privada. Quero assumir esse debate de um código de conduta.
“A cidade do Rio de Janeiro tem investido muito, o governo federal tem investido muito, a Petrobras, empresas privadas têm investindo. Empresas estão vindo para o Rio de Janeiro. O que mais ouço é que o Rio vive uma dinâmica de crescimento muito rara. Todas as construtoras ganham, todas as empresas ganham. É um absurdo vincular elo de amizade entre mim e do Fernando (Cavendish, empresário dono de construtora), que é anterior ao meu mandato.
Royalties do petróleo
Cabral afirmou que na quinta-feira (30), ele e mais cinco governadores, entre eles os do Espírito Santo e da Bahia, vão se encontrar em Brasília para ter orientação sobre a divisão dos royalties do petróleo. “Vamos nos encontrar a pedido da presidenta Dilma para discurtimos este assunto com calma e tranquilidade. Dá para o Brasil e o estado do Rio ganharem ao mesmo tempo. Apesar de que o Rio, que produz esta riqueza, não ganhar o valor que deveria ganhar. Já a Bahia ganha muito mais e nem produz o petróleo”.
PM ferido no Morro da Coroa
“As UPPs vieram para ficar. O caso da (do Morro) Coroa é um caso isolado. É um absurdo darem para menores de idade uma granada. Eles acabaram jogando contra os policiais e um PM teve a perna amputada e agora corre até o risco de perder a outra. Mas nós continuaremos com as UPPs e agora estamos pacificando a Mangueira, que é um território a ser celebrado”.
Quanto ao salário dos policiais, o governador disse que neste segundo semestre, todos receberam uma gratificação dobrada pelo excelente trabalho de contribuir para acabar com o crime: “Para estes policiais, nós queremos, junto com a política de metas que nós estabelecemos, reduzir cada vez mais o número de homicídios, latrocínios e roubo de veículos. E dobramos para este semestre a gratificação para eles. É uma contribuição mais que financeira, mas ética, profissional e moral”.
Greve dos professores
Cabral também comentou a greve dos professores da rede estadual, que reivindicam reajustes salariais. “No meu primeiro mandato, houve um erro na escolha da coordenação e isso prejudicava muito a política dos professores. Mas agora o magistério está sendo incentivado. Há 12 anos eles não tinham um reajuste no salário. Estamos abertos para negociação”.
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